Saúde mental em notícias
A saúde dos portugueses melhorou em tudo menos na saúde mental - RTP Noticias, Áudio
A saúde em Portugal melhorou no geral, à excepção da saúde mental. A Alta Comissária da Saúde, Maria do Céu Machado adiantou à Antena 1 algumas das conclusões do balanço feito aos 5 anos do programa de saúde mental. Em 5 anos todos os indicadores de mortalidade baixaram, mas no que toca à saúde mental há mais suicídios e maior consumo de antidepressivos, explica o jornalista Jorge Correia.
2010-03-09 08:07:47
Professor Caldas de Almeida preocupado com "prevalência" de doenças mentais - RTP Notícias, Áudio
O Estudo Nacional de Saúde Mental é apresentado hoje e esteve a cargo de Caldas de Almeida. Em entrevista esta manhã na Antena 1, o psiquiatra afirma que o estudo confirma o impacto negativo que as doenças do foro mental ainda têm na população. O professor sublinhou que os dados revelam que há muitas pessoas «em situações graves que continuam a não ter cuidados».
2010-03-23 09:27:40
Estas duas notícias à distância de quinze dias uma da outra apanham-me numa altura em que precisamente estou a trabalhar e a pensar (penso mais do que trabalho, realmente) nestas questões da saúde mental no contexto da formação de profissionais de saúde, nomeadamente enfermeiros.
As interrogações que me têm surgido, enquanto ando para trás e para a frente na leitura de documentos que vão da antiga Lei de saúde mental de 1963 ao actual Plano nacional de saúde mental (2007-2016), situam-se em torno de uma questão principal: o que é que devem saber técnicos de saúde não especializados em saúde mental, como o são os efermeiros saídos do curso de licenciatura, sobre esta área para, nas suas intervenções generalistas contribuirem para uma melhoria da saúde mental dos portugueses?
A resposta que me apetece dar é: tudo! A saúde mental tem a ver com tudo na vida e nada a ver com essa divisão positivista implícita de que há uma saúde mental e uma saúde física consubstanciada na dicotomia mens - corpore. Mas, saber tudo não é objectivo que se formule por ter tanto de abstracção como de impossibilidade. Por isso, resta-nos escolher um caminho necessariamente largo e cheio de cruzamentos, sabendo que nesse caminho seguem sempre duas guias primordiais e paralelas: Uma, a protecção dos direitos humanos; a outra, o primado da promoção da saúde e prevenção da doença (conceitos tão abstractos afinal como o tudo que me apetecia responder e que analisarei mais tarde).
Assim, numa espécie de declaração de interesse, devo explicitar que apesar de ter aprofundado saberes na área da saúde mental e psiquiátrica e também nas ciências da educação, considero-me basicamente da saúde enquanto área de saberes múltiplos. Com esta perspectiva, corro o risco de não passar da superficialidade dos fenómenos, mas por outro lado, também me parece que muitas vezes a hiperespecialização perde de vista o que nada à superfície e isso é muita coisa e é o que diz respeito a um maior número de pessoas.
A maior parte dos problemas que afectam as pessoas andará talvez, por um lado em torno das questões de apreensão do mundo e a sua representação e, por outro, na relação consigo próprio e com o que o rodeia. Ora, o que cabe aqui, se não é tudo, é quase.
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